sábado, 25 de junho de 2011

O imã e a fonte


Uma pergunta que sempre surge quando falamos de auto-conhecimento é mais ou menos assim: “Essa história de olhar para dentro, de buscar a essência do meu 'eu', não seria uma forma velada de cultivar o ego?”
Pois bem! É preciso compreender os movimentos da dinâmica do auto-conhecimento e da postura do ego.
A confusão surge porque nos dois casos o que está em questão é o centro do ser humano. A essência é aquilo que temos de mais sagrado, nossa centelha divina, e que reflete em nossos pensamentos, palavras e atitudes. O ego é a sombra que também emerge dos pensamentos, das palavras e das atitudes, mas, por ser sombra, se manifesta de forma inversa.
Podemos comparar o ego a um imã, que tenta trazer para si (na direção de seu centro) tudo o que ele deseja ou crê que necessita. Na linguagem da física, o resultado é um movimento centrípeto, ou seja, de fora para dentro.
O problema está aí! Quando tentamos nos agarrar às coisas externas para nos satisfazer, trazemos para dentro de nós um pouco de tudo, tanto de bom quanto de ruim. E, por não ser nosso, geralmente mesmo aquilo que parece ser bom não “se encaixa” em nós, trazendo mais prejuízo do que benefício.
O auto-conhecimento é como a busca pela fonte. Ao conhecermos melhor nossos limites e nossas potencialidades, “limpamos” nossa fonte e, a partir disso, deixamos mais cristalina a água que jorra dela. É chamado de centrífugo, ou seja, de dentro para fora, o movimento que resulta disso.
Espalhamos nossa graça abundantemente quando vinda de nossa fonte. E, ao espalhar a água da fonte, tornamos a paisagem a nosso redor muito mais fértil, fecunda, produtiva, criativa.
Agora, imagine quem poderá tirar proveito de toda essa fartura!
(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

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