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sábado, 28 de janeiro de 2012

A autêntica luta

Senti-me impelido a falar sobre esse assunto tão logo terminei de assistir mais um filme daqueles sobre pessoas que lutam contra corporações que agem de forma ilegal (e, geralmente sigilosa e acobertada pelos governos), pondo em risco uma comunidade, a humanidade inteira ou uma boa parte dela.
Como diversos filmes dessa temática foram baseados em fatos reais, sou levado a crer que essa situação é verdadeira e, até, bastante comum, embora pouco divulgada. Aliás, basta observar um pouco o que ocorre no planeta para concluir que isso acontece aos montes, sempre alicerçado no interesse político ou financeiro de vários grupos que dominam nosso mundo.
Nesse filme, o personagem consegue alertar as falcatruas danosas por meio da imprensa, mas na grande maioria das vezes os pequenos “Davi” que lutam contra esses enormes “Golias” geralmente morrem e são esquecidos por meio das desinformações que esses grandes grupos conseguem “plantar”, muitas vezes por intermédio da própria imprensa, grande parte delas financiadas pelos mesmos grupos.
Porém, o que me traz a esse assunto difere um pouco dos temas abordados nesses filmes. Quero saudar esses nobres guerreiros que enfrentam de peito aberto as grandes corporações em suas atividades potencialmente perigosas, ilegais e criminosas, mas quero lembrar de que a autêntica luta também deve fazer parte do horizonte de suas idéias.

As vitórias alcançadas nessas empreitadas, infelizmente pouco numerosas, são de grande importância, mas representam apenas o êxito de uma batalha, não da guerra (ou mesmo o fim dela).
É fundamental incluir em nossos objetivos a transformação do ser humano, guerra essa somente possível de ser travada no território interior de cada um.
É preciso trazer à consciência a compreensão de que nossos atos não acabarão com a vida ao nosso redor; aniquilarão a nossa espécie, isso sim!
Perdoem-me os que crêem que fomos criados para usufruir do mundo e daquilo que ele contém, mas a verdade é que se formos extintos, a evolução cósmica continuará seu curso, ou em nosso próprio planeta, através de uma outra espécie, ou em algum outro lugar nos confins do Universo.
Já é hora de descermos desse trono em que nos colocamos, sob a camuflagem enganosa de uma vontade divina, e entendermos que o propósito da Criação é muito maior do que nossa vã insignificância, a qual persiste muito mais por nossas escolhas do que por uma eventual posição na ordem da criação.
Se queremos ser realmente uma espécie relevante para o Criador, temos que fazer por onde. Temos que nos dar a oportunidade de continuarmos habitando esse planeta através de atos que envolvam a consciência holística da Criação, para, assim, podermos ser o diferencial de uma nova evolução, respeitando o meio tanto quanto exigimos respeito daqueles que nos cercam.
Olhar para dentro, vencer nossas falhas, nossas fraquezas, perceber nossa trajetória egoísta e mesquinha, nossos discursos infrutíferos não traduzidos em ações, nossas atitudes enganosas, divergentes de nossas palavras, são os primeiros passos dessa mudança não só necessária como fundamental e urgente.
Temos que compreender que só é possível nos colocarmos no lugar de “filhos do Criador” se agirmos como tal, sem querer justificar ou revindicar nossa condição privilegiada apenas por nos julgarmos por algum motivo, história ou mito no direito dela, sem condutas que correspondam com tal posto.
Sei que esse meu desabafo provavelmente não alcançará grande repercussão. Tenho algumas dezenas de leitores, talvez uma centena, quando muito. Mas isso não me fará desistir ou retroceder. Acredito nos ensinamento dos grandes luminares da humanidade.
Um deles, Jesus Cristo, disse em sua parábola do semeador que uma única semente que brote gerará outras trinta, cinqüenta, cem sementes. E assim sucessivamente.
Só espero que essa semente consiga frutificar e se multiplicar a tempo de evitar sua própria extinção.

(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O Deus de Mani


Que deus é esse que rotula sua criação apenas em polos opostos? Os bons e os maus; os justos e os ímpios; os santos e os pecadores; os que estão no caminho correto e os que estão no caminho da perdição.

 Que deus é esse que exige que sua obra o admire?

 Que deus é esse que, perfeito, cria-nos imperfeito e exige de nós a perfeição sob pena de sofrimento eterno?

 Que deus é esse que impõe sua imagem e transforma aqueles que não a aceitam em pessoas não dignas de suas bençãos?

 O Deus que eu concebo não é esse deus conduzido pelo ego, que quer que nos prostremos diante dele em reverência pelo fato de nos ter nos criado.

 O Deus que eu concebo é aquele que me fez criatura pronta a aprender e a cooperar com o desenvolvimento de sua criação e evolução.

 O Deus que eu concebo é aquele que, em sua infinita sabedoria, me deu o livre arbítrio de errar, acertar, consertar, cair, levantar, caminhar e, acima de tudo, buscar o equilíbrio que me torne consciente a ponto de poder sentir-me a parte exata que ele necessitava em sua obra.

(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Uma história sobre redenção

Para aqueles que leram as duas últimas postagens e, talvez, julgaram que só consigo ter essa perspectiva positiva da vida graças aos êxitos alcançados nessas histórias, é importante que se mostre o outro lado da moeda.
No auge de seus 42 anos de idade, na fase que poderia ter sido o ápice de sua maturidade, meu irmão mais velho, aquele a quem, na infância, eu chamava de mestre e que me tratava como discípulo, faleceu vítima de um infarto fulminante. Uma depressão persistente durante mais de dois anos e profunda nos últimos meses exauriu-lhe gradativamente as forças e culminou no acidente vascular que o levou de nós. Uma capacidade intelectual incrível sendo vencida pelos labirintos de sua própria mente.
Como herança dessa partida prematura, três filhos ainda bem jovens e uma imensa saudade por parte de seus pais e irmãos.
Li tempos atrás no livro “Quando o sofrimento bater à sua porta”, do Padre Fábio de Melo, que a morte deve ser transformada em redenção por aqueles que ficaram. Redenção no aspecto de redimir os erros sem repetí-los e salvar a memória daquilo que foi aprendido e ensinado por quem partiu. Mais do que ressuscitar os mortos, a redenção deve servir para acordar os vivos.
Tratamos de dar apoio aos três jovens que ficaram nos mais variados aspectos necessários para o desenvolvimento deles. De minha parte, procurei orientá-los em suas caminhadas psíquicas e espirituais, mostrando a eles que a fatalidade era inevitável, mas que era possível torná-la um aprendizado ao invés de um calvário.
E eles aprenderam logo que preservar a memória do pai era, antes de mais nada, não lamentar essa separação precoce e inesperada. Conseguiram transformar seus aprendizados em uma seqüência das coisas que ele havia aprendido e os erros dele em um alerta, tornando-os, de maneira jocosa, em uma lembrança divertida de sua imagem humana imperfeita.
Ainda citando o livro do Padre Fábio de Melo, uma das depoentes afirmou que a morte de seu filho revelou partes da essência dela escondidas nos cantos de seu ser que somente essa dor poderia revelar.
Hoje sei que é fato que os momentos revelam coisas apenas a quem os vive, sejam felizes ou dolorosos. Também nós nos apegamos a essa filosofia, e a cada dia tentamos transformar o pesar de sua partida em uma oportunidade de aprender e ensinar algo novo.
Não é mais o caso de como conviver com essa perda, mas a idéia de o que fazer da vida a partir dela. Deixar a morte sepultada em seu túmulo e levar à redenção as coisas que fizeram a vida dele valer a pena.
Talvez nenhum de nós, ou nossos filhos, ou os filhos de nossos filhos possa ter novamente, em algum lugar ou plano, a oportunidade e o prazer de olhar naqueles sábios olhos ou de receber seu largo sorriso. Mas a semente de sua essência, plantada pelo Criador quando o trouxe a vida, está sendo muito bem cultivada e, certamente, gerará sombras refrescantes, flores perfumadas e frutos doces mesmo àqueles que jamais suspeitarão que um dia ele existiu.
(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Duas histórias sobre milagres - Parte II

A maior alegria para um casal que pretende ver sua família aumentada é a confirmação de uma desejada gravidez. E foi assim que ocorreu comigo e minha esposa. No momento em que percebemos que era hora de trazer ao mundo uma nova vida, fomos agraciados com essa notícia.
Mas a gestação, que corria dentro da normalidade, foi interrompida inexplicavelmente de forma abrupta e prematura. Felizmente, mãe e filha sobreviveram.
Contudo, a prematuridade do nascimento cobrou seu preço. Diversas complicações, incluindo um diagnóstico de hidrocefalia e a batalha contra uma infecção generalizada, levaram minha filha mais algumas vezes ao limiar entre a vida e a morte. Foram 73 dias na UTI, mais 8 de internação e algumas ameaças de intervenção cirúrgica em uma paciente sem as mínimas condições vitais de suportá-la.
Novamente a fé, expressa nas preces das pessoas das mais variadas crenças, apareceu como contraponto à dor, ao sofrimento e aos riscos que a situação impunha à vida de minha filha.
E, outra vez, nos vimos na necessidade de transmitir os estímulos corretos ao inconsciente a fim de buscar forças para a recuperação. Além disso, era imperioso que nós, seus pais e únicos autorizados a visitá-la diariamente e sem limite de horas, eliminássemos de nossas almas qualquer réstia de dúvida ou lamentação quanto ao seu restabelecimento e à sua batalha pela vida. Precisávamos que sua essência, puramente inconsciente, compreendesse, acreditasse e cumprisse o processo natural de cura que existe na natureza de todo organismo vivo.
Minha filha venceu uma luta que muitos considerariam perdida já bem antes de seu desfecho!
Venceu graças a enorme perícia da equipe média e do hospital, embora eles próprios tenham admitido, num certo momento, que haviam feito tudo o que estava ao alcance deles e que o resultado já não estava em suas mãos. Chegaram até a insinuar que sua vitória foi um milagre.
Venceu, também, porque eu e, principalmente, minha esposa nos dedicamos incansavelmente de corpo e alma à crença de que era fundamental transmitir a ela a idéia de que poderia sobreviver, mesmo sabendo que seu intelecto era ainda muito jovem para entender o que era dito. Há algo em nós que compreende além das palavras.
Assim como na história de meu sobrinho, três hipóteses plausíveis pairam no ar: milagre, acaso ou atitudes corretas.
Não posso ter a arrogância de afirmar que sei qual das três foi a mais correta, mesmo porque, como foi dito no primeiro texto, cada uma delas talvez teve sua quota de participação no desfecho feliz da história. Porém, pelo papel que me coube nessa trama da vida, creio ter o direito de emitir minha opinião.
Não sei se o acaso teria a competência necessária para superar tantos obstáculos. Somente quem acompanhou essa luta sabe quantas coincidências o destino precisaria juntar para que minha filha sobrevivesse.
Em relação a milagres, não creio que funcionem como presentes que Deus distribui a uns e a outros não, seja ao acaso ou por um propósito ou mérito. Entendo que ser justo é agir de forma igual em todas as situações e essa é uma das características atribuída ao Todo Poderoso.
Penso que milagre é a eterna oportunidade que o Criador nos coloca de usarmos nossa consciência superior para alcançarmos a harmonia da criação e, com isso, conseguir com que o nosso desejo se encaixe perfeitamente na vontade Dele, dessa forma, alcançando o que se costuma chamar de graça ou milagre.
Se deixarmos o aspecto sobrenatural de lado, sem excluir a noção de transcendência, e assumirmos este conceito, em meu ponto de vista, mais natural, creio que os dois casos possam ser vistos como milagres.
Mais do que preservar uma vida, milagre é o nascer de uma nova compreensão sobre sua dinâmica e isso não tenho dúvidas que esses dois casos nos proporcionaram.
(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O verso do Uno


Ao nos depararmos com algumas atrocidades cometidas por nós, seres humanos, tanto contra outros humanos como contra animais, plantas, enfim, todo o planeta em que habitamos, às vezes nos perguntamos: Será que somos realmente a imagem e semelhança de Deus?
Cremos que a resposta pode ser tanto “sim” quanto “não”.
Senão, vejamos. Podemos considerar a idéia por vezes divulgada de que todo o Universo é a imagem do Criador (daí o termo Universo, o verso do Uno) e não apenas nós. Somos todos, humanos, animais, vegetais, minerais, outros corpos celestes, enfim, todo o Cosmos, a outra face desse Criador (sua face imanente). Quanto à semelhança, possivelmente não tenhamos sido criados com ela. Ao alcançarmos a auto-consciência, a possibilidade de se perguntar "De onde viemos?", "Quem somos nós?", "Para onde vamos?", atingimos o grau necessário de evolução para nos assemelharmos ao Criador, a Consciência Suprema. A partir desse ponto, nós, parte imanente do todo, conseguimos compreender e participar de Seu lado transcendente, de Seu espírito. Só então começamos a estar aptos a nos julgar imagem e semelhança dele. Porém, ter esse potencial é diferente de usá-lo e nesse aspecto, considerando tudo o que envolve essa nossa situação, creio estarmos muito longe dessa realização. Apenas uns poucos na história demonstraram tal semelhança. Jesus talvez tenha sido o expoente maior deles e, provavelmente por esse motivo, seja considerado O filho de Deus.
Cabe a nós buscarmos a compreensão do ensinamento desses avatares da humanidade e colocá-los em prática para que possamos nos aceitar e nos enxergar verdadeiramente como imagem e semelhança do Uno.

(Autor: Alex Francisco Paschoalini)