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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Afinal, em que eu acredito?

Normalmente, cremos ou desacreditamos do conceito de Deus em virtude daquilo que nos foi ensinado ou transmitido e, muitas vezes, não analisamos o que realmente significa a nossa crença ou descrença. Por esse motivo, vale aqui expor os conceitos principais que norteiam esse aspecto de nossas vidas. É uma forma de inciar a compreensão do caminho que escolhemos ou daquele que devemos começar a trilhar a partir de então.
Baseado na explicação dada por Richard Dawkins em seu livro “Deus, um delírio”, vamos apresentar as quatro formas mais comuns de enxergar essa questão.
Primeiramente, temos a crença teísta, ou seja, aquela que acredita na existência de um ser que não só criou como ordenou e cuida de sua obra, principalmente nos aspectos de premiação e punição em virtude das atitudes corretas e dos pecados, concedendo milagre aos bons, tementes e devotos e castigo aos desobedientes e pecadores. As doutrinas ocidentais monoteístas (cristianismo, judaísmo e islamismo) baseiam-se nessa maneira de entender Deus.
A outra forma de enxergar o Criador, chamada de deísta, é aquela que justamente o percebe como princípio de tudo, mas que não lhe atribui influência direta na vida das pessoas, sendo o prêmio ou a punição apenas uma conseqüência da maneira que cada um escolhe para adaptar-se às regras definidas quando da criação do Universo e que existirão até o fim dos tempos. São conceitos mais comuns para os orientais e acompanha grande parte dos cientistas não ateus.
Há também aqueles que compreendem Deus como o todo, sendo o Universo a imagem imanente do Deus transcendente. Não há divisão entre Criador e criação, sendo ambos aspectos opostos e complementares de um mesmo princípio. São os panteístas e abrangem a filosofia pagã e parte da filosofia oriental. Assemelham-se muito à idéia politeísta, onde os diversos aspectos da natureza são representados pela figura de um deus, criando um panteão de deuses. Vale lembrar, também, que os panteístas costumam entender que existe uma alma no mundo, geralmente conhecido como Gaia, a mãe terra.
Finalmente, existem aqueles que entendem que a natureza por si só se basta, não necessitando de um ser responsável mantenedor, de um criador ou mesmo de uma representação Dele para existir e são conhecidos como ateus.
Existem, ainda, algumas outras definições, assim como o pantiteísmo, o panenteísmo, o ceticismo, mas que são muito próximas a uma das quatro citadas.
É preciso citar, também, um conceito sobre o assunto que será abordado em uma postagem futura por ser de extrema importância para a idéia do Painel do Desenvolvimento Humano, mas que não pode ser encaixado exatamente em nenhum dos casos acima. É o conceito de agnosticismo, que muitos confundem com ateísmo. Ambos não são a mesma coisa e, por isso, demandam de um texto exclusivo para esse esclarecimento e mais alguns detalhes fundamentais dessa filosofia.
Todos esses olhares sobre o conceito de Deus são meios de o ser humano buscar a evolução. Todos têm seus pontos positivos e negativos, seus acertos e seus erros, e cada um de nós deve, primeiramente, tentar entender um pouco melhor todos eles e sentir qual nos toca mais enquanto humanos buscando um novo patamar de existência.
E, acima de tudo, compreender que um caminho, embora diferente dos outros, não os invalida nem os diminui. Compreender os caminhos também é, antes de tudo, aceitar a diversidade como mola propulsora da evolução. 

(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

domingo, 15 de maio de 2011

Biocentrismo: uma nova idéia.


A filosofia contemporânea costuma afirmar que a visão teocentrista, onde Deus era o centro de tudo e que vigorou durante toda a Idade Média, foi substituída pelo antropocentrismo, onde o homem passou a ser a razão central da existência, graças ao Renascimento.
O Renascimento trouxe, dentre outras coisas, a racionalidade e um maior entendimento científico das coisas. Além disso, a Revolução Industrial, baseada e alavancada na evolução dos conhecimentos da ciência, trazia ao homem a possibilidade de dominar os meios de produção e, por conseqüência, acreditar que poderia reinar sobre toda a natureza.
Hoje, acreditasse que esse distanciamento da intuição, da espiritualidade que vigorava nos tempos teocêntricos tenha causado à humanidade uma perda de valores tão fundamentais que as pessoas se sentem perdidas, deslocadas de sua própria essência e de sua vida. As pessoas passaram a ser números e números não têm personalidade, emoções, opiniões; apenas posição.
Talvez estejamos vivendo aquilo que poderíamos chamar de “materiocentrismo”, onde a materialidade torna-se mais importante que o sentimento, a intuição, etc. Em resumo, somos apenas aquilo em que podemos ser medidos.
O Biocentrismo surge como uma opção para aqueles que acreditam que podemos viver em comunhão com todo o resto da Criação, sem estarmos nem acima, nem abaixo de nada.
Nele, todas as formas de vidas são importantes, não diferenciando nenhuma como principal. E, ao entendermos o planeta como Gaia, colocamos toda a Criação nesse mesmo patamar.
Alguns podem dizer que é um retrocesso, posto que o Biocentrismo baseia-se muito nas religiões primitivas. Porém, se consideramos a maravilhosa idéia do sansara, onde o ciclo volta sempre ao começo, porém, um degrau acima, creio que podemos acreditar que essa idéia pode sim ser um começo de uma nova era.

(Autor: Alex Francisco Paschoalini)