Sei que podem ter ficado algumas dúvidas sobre o “imã” e a “fonte”, do tipo: “Se a fonte é de dentro para fora, porque quando buscamos o auto-conhecimento nos é dito para irmos para dentro?”; ou talvez: “Se tudo na existência é cíclico, não devemos praticar os dois movimentos, tanto de dentro para fora quanto de fora para dentro?”.
Na verdade, ambos os movimentos acontecem nos dois casos. O que muda é a direção ou o sentido do que poderíamos chamar de intenção e recompensa.
No movimento do ego, a intenção tem o sentido de dentro para fora, onde a pessoa avança em direção ao espaço que a envolve para tentar recolher o que lhe falta e, ao retornar, traz para junto de si aquilo que chamaremos de recompensa, no afã de se sentir preenchido. Mas, como já vimos no texto “O imã e a fonte”, isso normalmente não acontece.
Então a pessoa reinicia o ciclo de lançar-se para fora de seu ser em busca de algo inatingível, perpetuando assim um círculo vicioso e danoso à sua evolução.
Já o movimento de auto-conhecimento inverte esse sentido. Primeiro, agimos na intenção de nos interiorizarmos, na busca pelo ponto onde todas as potencialidades estão latentes. Ao alcançá-lo, acabamos por desenvolver um alto grau de compreensão, espalhando toda recompensa para ambiente a nossa volta, como a fonte que jorra a “água viva”.
Podemos dizer, também, que o íntimo de nossa natureza é como a essência de uma rara fragrância que, ao ser tocada, espalha seu aroma por tudo ao seu redor.
Portanto, o ego movimenta-se primeiro de dentro para fora e depois traz consigo o que consegue, de fora para dentro; no sentido contrário, a essência submerge de fora para dentro e, ao atingir o âmago, flui e espalha-se de dentro para fora.
E então, qual é o sentido que você pretende dar a sua vida?
(Autor: Alex Francisco Paschoalini)
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