sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Nosso fim, nosso começo - Comentário


Continuando a postagem anterior, gostaria de comentar um pouco sobre essa obra de arte de Guilherme Arantes.
Esta música surgiu no final de minha adolescência e começo de minha juventude. Serviu para ajudar a destruir mitos antigos e descartar velhas crenças, dando espaço para o desenvolvimento de novos sonhos e a criação de novos ideais. Mas, acima de tudo, serviu para me fazer olhar para dentro, tentando perceber o que realmente eu era e em que realmente eu acreditava.
O que eu esperava do futuro? Qual era a base de minhas crenças? Quem eram meus heróis? O que eles tinham de real e até onde eles podiam me ajudar? O que é a verdade e até onde podemos compreendê-la? É possível discernir entre o bem e o mal sem atá-los a nossas crenças? Como devo acreditar na lógica vigente e até que ponto ela nos limita? Do que ou de quem realmente eu tenho medo? O que eu acharia em meu avesso? Qual o peso de meu avesso em meu ser?
Descobri que o avesso está mais próximo do direito do que imaginamos. E que todo fim é um novo começo, que também acaba tendo um fim. Percebi que não devo esperar as respostas; devo buscá-las. Compreendi que se a palavra “esperança” for interpretada como “não desistir” ela é válida, mas se for entendida como “aguardar, deixar acontecer”, é um enorme erro. Aprendi que as lendas devem servir para nos ensinar lições e desafios e não para nos ditar regras de conduta.
Pude entender que não deveria aceitar os paradigmas sem antes questioná-los e compreendê-los, ao menos em parte. E que sempre paradigmas novos surgem para substituir os velhos.
Enfim, a arte pode servir para nos acalmar, nos divertir, nos maravilhar. Mas deve servir também para nos fazer transcender nossos limites, aguçar nossas compreensões sobre nós mesmos, redirecionar nossos passos pelos caminhos da vida.
É um dos quatro pilares que sustentam a evolução humana e só tem seu verdadeiro valor se atrelado aos outros três: a ciência, a filosofia e a fé.
Creio que essa composição de Guilherme Arantes seja capaz disso. Ao menos, para mim, foi até além disso: me serviu de inspiração para algumas de minhas importantes decisões.

(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

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