quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ecologia e Biocentrismo


Temos visto nas últimas décadas um verdadeiro bombardeio entre ecologistas e setores da economia que se importam muito mais com seus lucros do que com o meio ambiente. Infelizmente, essa guerra parece estar longe de acabar e quem mais perde é o planeta.
O que quero ressaltar, no entanto, é que a preocupação ecológica às vezes esbarra no conceito de que devemos preservar o ambiente para nossa própria auto-preservação. Não que isso não seja importante, mas creio que seja pouco.
A filosofia biocêntrica aborda o aspecto de uma maneira um pouco mais profunda e, de certo modo, mais desagradável a nós, seres humanos, além de desagradar aqueles que crêem que o mundo foi feito para a humanidade.
O cerne da questão é que o biocentrismo considera que todas as formas de vida tem o mesmo peso em termos de importância e que a humanidade não é o centro da Criação. Daí podemos considerar que a idéia de preservação do “nosso planeta” é igualmente antropocêntrica e acaba por não diferir muito da idéia de se tirar proveito do meio para seus lucros.
O pensador americano Ken Wilber, em seu livro "Uma breve história do Universo", afirma que tudo o que está acima em determinado aspecto, também estará abaixo em outro, como um tipo de hierarquia entrelaçada. No exemplo dele, a noosfera (esfera do conhecimento, onde nós, humanos, estamos) situa-se acima da biosfera (esfera da vida, onde animais e plantas estão) e, ao mesmo tempo, sob ela ao depender inteiramente dela. Se a biosfera deixar de existir, a noosfera também sucumbirá, mas se a noosfera for eliminada, a biosfera pouco ou nada sofrerá. Ou seja, a criação continuará tranqüilamente sua existência se nós, humanos, formos exterminados do planeta. E convenhamos, é uma hipótese completamente plausível.
Somos uma dentre tantas espécies, de um minúsculo planeta, num dos inúmeros sistemas solares, de uma dentre muitas galáxias. É preciso ir muito além do que trabalhar apenas em nossa necessidade de sobrevivência ara nos tornarmos mais evoluídos.
Mais do que a idéia de preservação ecológica, mais do que o cuidado com a vida biológica, é preciso cultivar o equilíbrio de toda a Criação, o que se refletiria tanto na vida como a concebemos como na nossa própria existência.

(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

domingo, 15 de maio de 2011

Biocentrismo: uma nova idéia.


A filosofia contemporânea costuma afirmar que a visão teocentrista, onde Deus era o centro de tudo e que vigorou durante toda a Idade Média, foi substituída pelo antropocentrismo, onde o homem passou a ser a razão central da existência, graças ao Renascimento.
O Renascimento trouxe, dentre outras coisas, a racionalidade e um maior entendimento científico das coisas. Além disso, a Revolução Industrial, baseada e alavancada na evolução dos conhecimentos da ciência, trazia ao homem a possibilidade de dominar os meios de produção e, por conseqüência, acreditar que poderia reinar sobre toda a natureza.
Hoje, acreditasse que esse distanciamento da intuição, da espiritualidade que vigorava nos tempos teocêntricos tenha causado à humanidade uma perda de valores tão fundamentais que as pessoas se sentem perdidas, deslocadas de sua própria essência e de sua vida. As pessoas passaram a ser números e números não têm personalidade, emoções, opiniões; apenas posição.
Talvez estejamos vivendo aquilo que poderíamos chamar de “materiocentrismo”, onde a materialidade torna-se mais importante que o sentimento, a intuição, etc. Em resumo, somos apenas aquilo em que podemos ser medidos.
O Biocentrismo surge como uma opção para aqueles que acreditam que podemos viver em comunhão com todo o resto da Criação, sem estarmos nem acima, nem abaixo de nada.
Nele, todas as formas de vidas são importantes, não diferenciando nenhuma como principal. E, ao entendermos o planeta como Gaia, colocamos toda a Criação nesse mesmo patamar.
Alguns podem dizer que é um retrocesso, posto que o Biocentrismo baseia-se muito nas religiões primitivas. Porém, se consideramos a maravilhosa idéia do sansara, onde o ciclo volta sempre ao começo, porém, um degrau acima, creio que podemos acreditar que essa idéia pode sim ser um começo de uma nova era.

(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O verso do Uno


Ao nos depararmos com algumas atrocidades cometidas por nós, seres humanos, tanto contra outros humanos como contra animais, plantas, enfim, todo o planeta em que habitamos, às vezes nos perguntamos: Será que somos realmente a imagem e semelhança de Deus?
Cremos que a resposta pode ser tanto “sim” quanto “não”.
Senão, vejamos. Podemos considerar a idéia por vezes divulgada de que todo o Universo é a imagem do Criador (daí o termo Universo, o verso do Uno) e não apenas nós. Somos todos, humanos, animais, vegetais, minerais, outros corpos celestes, enfim, todo o Cosmos, a outra face desse Criador (sua face imanente). Quanto à semelhança, possivelmente não tenhamos sido criados com ela. Ao alcançarmos a auto-consciência, a possibilidade de se perguntar "De onde viemos?", "Quem somos nós?", "Para onde vamos?", atingimos o grau necessário de evolução para nos assemelharmos ao Criador, a Consciência Suprema. A partir desse ponto, nós, parte imanente do todo, conseguimos compreender e participar de Seu lado transcendente, de Seu espírito. Só então começamos a estar aptos a nos julgar imagem e semelhança dele. Porém, ter esse potencial é diferente de usá-lo e nesse aspecto, considerando tudo o que envolve essa nossa situação, creio estarmos muito longe dessa realização. Apenas uns poucos na história demonstraram tal semelhança. Jesus talvez tenha sido o expoente maior deles e, provavelmente por esse motivo, seja considerado O filho de Deus.
Cabe a nós buscarmos a compreensão do ensinamento desses avatares da humanidade e colocá-los em prática para que possamos nos aceitar e nos enxergar verdadeiramente como imagem e semelhança do Uno.

(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

ESTAMOS DE VOLTA

Após mais de um ano sem atualizações, estamos voltando, felizes, com nossas atividades.