sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Duas histórias sobre milagres - Parte I


Em junho de 2007, um acidente automobilístico por pouco não transformou meu sobrinho em mais um número nas estatísticas de mortes no trânsito.
As várias lesões provocadas pelo acidente obrigaram os paramédicos a reanimá-lo à caminho do Hospital e um grave traumatismo craniano o deixou internado na UTI por 20 dias, sendo os 10 primeiros em estado de coma.
Com o avanço da medicina, recuperações em casos assim já não são tão incomuns. E outros ainda são os chamados milagres que extrapolam o alcance da medicina. O problema era saber sobre as seqüelas que persistiriam devido ao trauma na cabeça, se ele sobrevivesse.
Pois bem! Hoje, mais de quatro anos depois, praticamente não há seqüelas e sua saúde física é perfeita.
O que sua história difere um pouco da maioria das demais está no ritmo e na qualidade de sua recuperação física e mental. Segundo os próprios médicos, a evolução de seu quadro foi bem mais rápida do que o esperado e, inclusive, bem melhor do que se previa.
O que pode ter sido responsável por essa evolução, então?
Alguns garantem que foi um milagre, já que muitas pessoas rezaram ou oraram por ele. E eu não tenho dúvidas quanto ao poder terapêutico dessas energias emanadas pela fé.
Outros, ao conhecer essa história, podem alegar tratar-se de uma feliz coincidência do acaso.
Mas é preciso que se registre que seus irmãos, responsáveis por cuidar dele durante a convalecência, se encarregaram de tomar algumas medidas, em meu ponto de vista, fundamentais para o sucesso de seu restabelecimento.
Primeiro, tentaram afastar qualquer sentimento de perda, pena ou desespero de suas atitudes e palavras enquanto estivessem com ele, na UTI. Depois, mesmo estando em coma, transmitiram a ele todo o tipo de estímulo psíquico para seu restabelecimento, dentre outras coisas, afirmando acreditar em sua capacidade plena de recuperação. Finalmente, limitaram as visitas à pessoas que estivessem preparadas para lhe falar palavras de conforto e encorajamento, sem o risco de transmitir sugestões negativas ao seu inconsciente, no momento, seu único canal de ligação com o meio.
Milagre, acaso ou atitudes corretas?
Talvez um pouco das três. Porém, sobre as duas primeiras hipóteses pairam duas dúvidas e uma máxima.
Em relação ao milagre, o que nos diferencia das outras pessoas envolvidas nos casos sem sucesso de recuperação que deponha a nosso favor e nos premie com essa dádiva? Será que realmente vivemos de forma tão exemplar a ponto de termos direito a esse prêmio?
Quanto ao acaso, há um ditado popular que diz “sorte tem que acredita nela”. Não bastava esperar; era preciso agir e agir certo.
Talvez seja necessário rever nossos conceitos sobre milagres e acasos para alcançarmos uma maior compreensão sobre a vida que nos cerca.
Não teria sido a atitude positiva e a confiança transmitida ao seu inconsciente o diferencial para o desfecho feliz?
O que você acha?

(Autor: Alex Francisco Paschoalini)

Um comentário:

  1. Alex,

    Quando eu o vi na UTI cerca de 15 dias após o acidente e a irmã dele me disse que "ele estava bem melhor" naquele momento, tentava imaginar em qual estado ele teria chegado ao hospital, já que ao vê-lo naquelas condições duas semanas depois fiquei extremamente preocupado com seu futuro.
    Pois bem, o futuro chegou e ele está aí, firme forte e teimoso como sempre. Mas com saúde, graças a Deus e a todos que acreditaram.

    Paulo

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